quinta-feira, 24 de junho de 2010

O dia que a Policia me prendeu, na Argentina



Saindo da cidade de Monte Caseros, Província ( Para nós brasileiros, é Estado) de Corrientes na terça pela manhã, dia 1º de junho, vindo pela carreterra que liga com a cidade de Passo de los Libres. Meu objetivo era chegar até a cidade de Posadas, Localizada no Norte da Provincia de Misiones, e estava com a mudança do Missionário Hugo Freitas.
Na real, nem era mudança.
O caminhão missionário da igreja e da AME Heróis da Fé estava atulhado com roupas e não havia nenhum móvel, a não ser uns poucos eletrodomésticos.
Me atacaram em uma barreria.
A placa do nosso caminhão é brasileira.
O Gendarme, como ele se identificou, pediu os documentos e tudo estava legal.
O caminhão da Igreja e da AME ainda está em nome da Financeira, e da loja que vendeu para o irmão que doou para a Igreja, haviam me autorizado por escrito a viajar.
Quando isso ocorre, para viajar a outro país
você tem que pegar a autorização, reconhecida em cartório, constando seu nome como motorista.
Quem estava dirigindo no momento era o Daniel, ele tem carteira de motorista, mas dentro da Argentina, se o condutor autorizado estiver presente não haverá nenhum problema. A lei garante isso. A autorização é somente para entrar no país.

Como retruquei, ele achou outro problema.

Como tudo estava legal, dentro da lei o Policial, procurava algo para me molestar e me arracancar R$ 50.

Perguntou onde estava a autorização para eu carregar aquela carga.
Disse a ele: isso não é mudança, é uma carga de roupas de uso pessoal de um missionário amigo meu, e eu estou fazendo um fav or para ele. Além disso, não há lei que proiba de carregar usos pessoais na Argentina.
Não há lei que me obrigue ir ao sistema de Transito da Argentina/Consulado/Embaixada para carregar roupas de uso pessoal.

Ele pegou meus documentos, os do caminhão, e me mandou segui-lo até os escritórios da Policia Rodoviária Federal da Argentina.
Entramos em uma sala escura. Ele chaveou a porta. Saiu e me deixou preso ali. Voltou depois, acompanhado de uma pessoa.
Baixaram todas as cortinas.
Um outro policial medindo 1. 50m com cara de furioso também entrou.
Me disseram: Vamos te prender. "El caminón quedará preso hasta que tu pagues a ata."
Perguntei: Porque? O que é ata? È multa?
Não é bem multa, disse ele, mas para que tu saias livre, voce terá que pagar: Tem que pagar.
O outro policial baixinho me ameaçava o tempo todo.
Me fiz que não entendi nada, (eu falo espanhol, não fluente, mas, posso conversar com eles tranquilamente quando estou entre eles.). Gentem, o espanhol a gente até entende conversando com um deles, mas o problema é quando se está entre eles. Ai voce descobre que não sabe nada.

Estavam dois alunos da escola de missões comigo, o Daniel e o Nataniel ( João mafalda I e o II). Pasmem voces. O nome dele é este mesmo: Nataniel.

Olhei pela fresta da janela da policia, Lá estava oNataniel tomando chimarrão! E com a térmica conversava tranquilamente com o Daniel e os outors gendarmes.

MInha casa tava caindo e ele tomando chimarrão!

Depois de uns 15 min que eu estava encerrado lá, no maior aperto, mas não queria dar a eles os R$ 50, O primeiro policial ligou o computador para me multar.
O outro ficou cuidando a porta.
Eu sabia que eles queriam dinheiro.
Eu até tinha o dinheiro, mas não iria pagar.

O policial mais furioso, o baixinho de 1. 50m, me chamou de um monte de nome, Ele não sabia que eu falo espanhol, não fluente, como já falei.

Disse a ele:
Voce me respeite, sou evangélico, e Ministro da Igreja.
Ele quase me empurrou e disse:
Eu sou Católico!

Não funcionou minha estratégia.

Então disse ao primeiro Policial:
Olha só: tenho problema de coração! ( na verdade, é de nascença, meu coração é crescido para olado direito do meu corpo.) è desde nascença.
Mas sempre carrego na minha carteira o laudo médico.
Puxei da carteira o laudo médico e disse: Olha ai. Isso é o laudo médico! e gritei:
Voces estão me deixando nervoso!!!!!

Então o segundo policial, o de 1. 50m, saiu furioso, foi lá na estrada e deu uns empurrões no Daniel, trouxe o para a mesma sala. Eu Não vi, mas me disse o Daniel que ele Deu um chute.
Mandou o Daniel se virar, puxou as algemas e foi em sua direção para lhe algemar.
Então me pus em Pé!
Se a casa já havia caido, que caisse só para mim. Não para o Daniel, que nada tinha a ver com a situação.
Me pus em pé, com as mãos em direção as algemas e me interpus entre o Daniel e o policial.
Olha só:
Vou comer um chis do ágápio e já volto.
depois continuo.

Natanaél de Mattos Lino
natamattos8@hotmail.com
" A serviço do mestre das missões"

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